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Quais são os fundamentos de uma boa gestão da terapia com insulina

1. Realizar corretamente o autocontrolo:

O autocontrolo da glicemia é indispensável para poder gerir eficazmente a diabetes: isto implica saber utilizar corretamente os instrumentos (medidores de glicemia, lancetas, etc.) e principalmente saber atribuir um significado ao valor obtido. Conhecer os seus valores de glicemia permite tomar decisões adequadas relativamente à dose de insulina, à alimentação e à atividade física.

2. Conhecer os objetivos glicémicos:

Para poder tomar medidas para correção da glicemia não basta conhecer o valor obtido, é necessário saber qual o valor que se deve apresentar. Isto significa conhecer o valor de glicemia que deveremos ter num determinado momento do dia e saber interpretar cada valor detetado durante as medições. Normalmente, utilizam-se como referência os valores de antes das refeições (pequeno almoço, almoço, jantar), duas horas após as refeições, antes de se deitar e à noite. O conhecimento dos objetivos deriva do “contrato de tratamento” feito com o diabetologista.

3. Conhecer e saber utilizar o FATOR DE SENSIBILIDADE:

Cada pessoa tem uma determinada sensibilidade à insulina que depende da constituição, do peso, do estilo de vida e de outros fatores hormonais. Isto significa que em cada pessoa 1 unidade de insulina diminui a glicemia em uma certa quantidade: este é o fator de sensibilidade ou de correção.

Para corrigir uma glicemia alta podemos utilizar uma simples regra que nos ajuda a calcular qual a quantidade de insulina a administrar para a correção da hiperglicemia

No momento em que controlar a glicemia, se encontrar um valor alto, fora do alvo, por exemplo de 250 mg/dL e deveria ter uma glicemia não superior a 130 mg/dL, e se o seu fator de correção for 1: 40, então deverá fazer os seguintes cálculos:

Glicemia atual – Glicemia que deveria ter / Fator de correção
250 – 130 = 120
120/40 = 3

Isto significa que para diminuir a glicemia de 250 para 130 deverá administrar 3 unidades de insulina rápida.

Se isto ocorrer antes de comer, significa que deverá adicionar 3 unidades de insulina às unidades que normalmente já administra às refeições.

A correção da glicemia alta poderá ser efetuada antes de uma refeição (irá somar-se assim à dose de insulina rápida necessária para os Hidratos de Carbono da refeição) ou, às vezes pode ser necessária em períodos entre refeições.

Nestes casos é necessário prestar muita atenção a quanto tempo decorreu desde a última injeção de insulina rápida para evitar “hipercorreções” e, portanto, hipoglicemias (não esquecer que a insulina rápida demora 3-4 horas a terminar completamente a sua ação pelo que, por exemplo, 2 horas depois da administração teremos ainda 1/3 da insulina que deverá atuar).

4. As Insulinas

É fundamental conhecer como atuam as INSULINAS utilizadas e saber utilizar as REGRAS (algoritmos) para efetuar as variações.

Na terapia com insulina moderna utilizam-se principalmente os análogos de ação RÁPIDA e análogos de ação LENTA.

A insulina RÁPIDA serve para gerir o aumento de glicose provocado pela ingestão dos alimentos às refeições e deve ser adequada à quantidade de Hidratos de Carbono (HC) contidos em cada refeição. A insulina LENTA ou basal é, por outro lado, a quota de insulina independente do facto de se ingerir alimentos e que deve atuar em 24 horas para cobrir as necessidades basais do organismo. Consoante a duração de ação desta insulina, devem aplicar-se um ou duas injeções por dia. As necessidades basais podem variar ao longo do tempo se ocorrerem alterações de peso, do nível médio de atividade física, ao longo das diferentes fases do ciclo menstrual, e se houver doenças intercorrentes.

5. Os açucares (simples e complexos)

É necessário saber onde estão os açucares e saber quantificá-los, alterná-los e aplicar a dose correta de insulina rápida para os degradar. É importante conhecer a relação entre a insulina e os Hidratos de Carbono, ou seja, quantas gramas de açúcar são degradadas por 1 unidade de insulina (relação insulina-hidratos de carbono).

Saber reconhecer a quantidade de açúcares (HC) presentes na alimentação permite:

  • Usar com precisão os açúcares, até mesmo para corrigir uma hipoglicemia (evitando oscilações excessivas);
  • Ingerir quantidades corretas de açúcares para manter uma glicemia estável durante o desenvolvimento de atividade física e outras situações em que se queira ou deva comer mais ou menos do que o habitual.

6. Atividade Física

Durante a atividade física, a glicemia pode variar de forma pouco usual pois os músculos envolvidos “comem” mais glicose do que o normal, ficando assim expostos a baixas de glicemia.

É fundamental:

  • Controlar a glicemia antes da atividade
  • Se a glicemia for superior a 250 mg/dL, controle a presença de corpos cetónicos.
  • Se houver corpos cetónicos, não faça exercício físico e corrija a hiperglicemia de forma adequada.
  • Se não houver presença de cetonas, corrija a hiperglicemia aplicando a quantidade de insulina de forma a trazer a glicemia a valores inferiores a 180 mg/dL (com base no fator de correção).
  • Se a glicemia for inferior a 100/120 mg/dL, ingira 15 a 20 g de HC
  • Se a atividade se prolongar, ingira 15 a 20 g de HC (a cada meia hora ou a cada hora, consoante a intensidade do exercício).

Preste atenção à redução das necessidades de insulina nas horas seguintes à atividade física (principalmente durante a noite) reduzindo a insulina da refeição seguinte ou aumentando a ingestão de HC. O organismo tem necessidade de doses menores de insulina após atividade física.

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Aviso:

A informação fornecida pela Dimor Lusitana não deverá ser considerada como um aconselhamento médico, de diagnóstico ou de tratamento. Esta informação não substitui a opinião do seu médico ou profissional de saúde. Para uma utilização em segurança, leia sempre cuidadosamente os rótulos e instruções de utilização de todos os dispositivos médicos: medidores de glicemia e respetivas tiras-teste (para diagnóstico in vitro), agulhas, seringas, dispositivos de punção capilar, lancetas e aplicações de gestão da diabetes para dispositivos móveis